quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Algo estava mesmo errado...

Algo estava mesmo errado com a Tammy.
 A minha família estava muito preocupada. Todos olhavam para ela com uma expressão muito séria no rosto. Mamãe, sempre chorava. 
A palavra "cirurgia" vinha sempre acompanhada da palavra "tumor".
 Um dia, Mamãe saiu cedinho com ela, e voltou sozinha. Horas se passaram, até que Mamãe saiu novamente e voltou trazendo a Tammy. Ela estava toda enfaixada, e as vezes chorava baixinho. Eu notava que todos estavam aflitos, mas não estava entendendo muito bem.
 A Tammy já não rosnava para as minhas estripulias. Eu queria brincar, mas ela ficava lá, deitada...só mexia os olhinhos.
 As idas e vindas da clínica veterinária eram diárias. Mamãe repetia sempre, que ela não estava reagindo, e repetia o tempo todo "- Lute, Tammy, lute!".
Certa manhã, eu estava brincando na sala, onde Mamãe havia feito uma caminha para a Tammy. Notei que ela não estava nada bem, e resolvi me deitar com ela. Deitei bem devagarinho, e fiquei lá por horas. As vezes abraçadinha, as vezes apenas encostada nela. A impressão que Mamãe tinha, era que eu a estava confortando...




sábado, 10 de dezembro de 2011

E os dias vão passando...

Os dias foram passando, e eu comecei a descobrir a minha nova casa como uma criança que explora um parque.
Descobri uma cesta cheia de bichinhos de borracha, e de pelúcia. Eu nunca havia visto brinquedos. Que coisa gostosa! Eu pegava todos os que podia carregar e levava para a sala! Alguns, maiores que eu, eram largados pelo caminho.




Para quem, vinha de um local feio, e tinha sofrido maus tratos ainda recém nascida, essa casa era um paraíso.

Os dias passavam tão depressa, e o meu crescimento era praticamente visível. Todos os dias eu ouvia alguém dizendo " - Nossa! como ela está crescendo!"
 Vieram as vacinas, os primeiros banhos quentinhos, meias um pouco maiores para eu vestir, e a Tammy começou a deixar que eu chegasse perto...mas mesmo assim ela resmungava um pouco!




Mas observando bem...a Tammy está muito estranha. Parece triste, sempre olhando para baixo...será somente ciúme?

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Após dois dias na casa de praia, e lutando para vencer a doença, voltamos para casa. Eu já me sentia bem melhor, e já conseguia fazer as primeiras gracinhas. É claro que naquela época eram só gracinhas...

Bem, a família que me adotou já tinha outras duas filhas peludas . A Tammy, uma linda e educada poodle branca,  Mitsy, uma linda e dorminhoca gata mestiça.



 Vou contar uma coisa, meu primeiro contato com elas foi terrível! Que irmãs rabugentas eu fui arrumar.  Eu mal podia me mexer que elas começavam a rosnar. Mesmo assim, não liguei.  Vou deixar de caminhar só porque elas se incomodavam? De jeito nenhum! Além do mais, Mamãe, Papai, Dudu e Nádia, ficavam de olho para que elas não tentassem me machucar.
O frio era grande, e de tão pequena que eu era, a única roupinha que me servia, era uma meia soquete feminina com três buraquinhos: dois para passar os bracinhos, e outro para passar a cabeça. Ah, quando a Nádia chegava em casa, eu tirava longos cochilos dentro da roupa que ela estava usando. Uma delícia! Era uma verdadeira irmã-canguru!
Durante as noites, eu continuava chorando, até que Mamãe se lembrou de um pantufão de pelúcia que a Nádia havia ganho, e guardado em um armário. Ah...agora sim! Dentro desse pantufão que lembrava os pelos de minha mãe biológica, e dos meus irmãozinhos eu ficava bem aconchegada e quentinha. Acabaram os choros noturnos, e a tremedeira de frio.


Ah, a comida também é uma coisa que gosto muito de lembrar. Eu que vinha de um lugar feio e tinha passado por maus tratos, estava também subnutrida. Que ração gostosa me deram aqui!!! Comecei a comer com gosto! Aqueles três quilos que a Tia do Termômetro(veterinária) achou que eu teria a princípio, esquece!  Bem alimentada, bem cuidada, e recebendo carinho, comecei a crescer! Crescer e ficar esperta! Como a Mamãe dizia: “- Esperta demais!”.