Embora muitos dias houvessem se passado da cirurgia da Tammy, e ela aparentasse não sentir dor, algo não ia bem. Ela deixou de ser esperta e ativa. Parecia carregar o desânimo nas costas. Então, Mamãe e Papai, depois de conversarem bastante, resolveram que passaríamos algum tempo na casa de praia. Lá, era um lugar que a Tammy gostava muito. Quem sabe ela se animaria e talvez deixasse de lado essa tristeza, essa coisa que a família chamava de depressão?
E lá fomos nós três: Mamãe, Tammy ,e eu.
Realmente, lá ela reagiu um pouco. Mamãe, todas as manhãs montava uma caminha e a colocava para tomar Sol. Eu, muitas vezes, dividia o espaço com ela. Mas era por pouco tempo. Imagine só? Ficar deitada, quando se tem um quintal enorme para correr, brincar e mexer com todo mundo que passa na rua?
Aos poucos, a Tammy começou a passear pelo quintal, e até voltou a brigar comigo!!! Não entendo bem o que isso tem de bom, mas Mamãe ficava feliz quando ela brigava comigo. Absurdo, viu?!
Eu, continuava crescendo bem rápido, e aprontando todas as artes possíveis de se aprontar.
No quintal da casa de praia, há uma enorme árvore, de folhas grandes. Eu ficava lá embaixo esperando que as folhas caíssem. Assim que elas tocavam o chão, eu pegava, levava correndo para dentro de casa, e picava todinhas, hora em cima do sofá, hora na cama, e em outros lugares da casa. Mamãe ficava zangada, e eu fazia carinha de “Tô nem aí!”. Isso era muito divertido! Tão divertido quanto correr atrás de borboletas, passarinhos, e subir na mesa do quintal!